Nesta obra, ao revelar detalhes das muitas casas em que viveu ao longo da vida, Abranches propõe um belo desafio ao leitor: a cada página, ele também é convidado a abstrair do contexto da obra e mergulhar fundo nas reminiscências de suas próprias moradas. Todos tivemos e temos onde viver. Nada mais oportuno, portanto, do que avivar a memória afetiva e trazer à tona as imagens não apagadas do passado, que ainda podem ou não encontrar ressonância no presente. A casa que mora em mim vai para além dos versos, lá onde a imagem e a palavra se encontram, ampliando as possibilidades de concepção metafórica do leitor.