Fotos: João Teodoro
HOMENAGEADO: JAYME BOSCOV (representado pela filha Adriana Boscov)
Engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e foi responsável pelo Programa Espacial Brasileiro de 1969 a 1996. Foi bolsista do governo francês em 1960, de onde foi integrado na Société Nationale d’Études et Construction de Moteur d’Aviation (SNECMA), na divisão de Engenhos Espaciais, Estudos Avançados. Participou ativamente do programa de desenvolvimento de lançadores até 1967, quando ingressou em uma das equipes de desenvolvimento do avião supersônico Concorde. Após 10 anos trabalhando na França, Boscov retornou ao Brasil para sedimentar o programa de Pesquisa e Desenvolvimento de Foguetes em fase inicial na época no Centro Técnico Aeroespacial (CTA). Formou e liderou a divisão de Projetos de Foguetes durante 22 anos, entre 1969 e 1991. Projetou e desenvolveu os foguetes de sondagem Sonda III, Sonda IV e o Veículo Lançador de Satélites (VLS) até 1992. Coordenou programas de cooperação internacional com organizações da França e Alemanha, na área de lançadores, o que possibilitou a formação de recursos humanos em mecânica orbital, antenas para lançadores, recuperação de cargas úteis no mar e gerenciamento de grandes projetos espaciais. Se aposentou em 1995, passando a prestar serviços para a Agência Espacial Brasileira (AEB) até 1998.
Boscov foi eleito membro da Academia Internacional de Astronáutica (IAA) em 1989 e foi nomeado Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico por sua contribuição científica para o desenvolvimento do Brasil em 1996, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Além disso recebeu as seguintes medalhas do Ministério da Aeronáutica: Mérito Santos Dumont em 1970; Mérito Aeronáutico Grau Cavaleiro em 1978, Grau de Grande Oficial em 1986 e Grau Comendador em 1995; além da medalha da Ordem do Mérito das Forças Armadas em 1989.
HOMENAGEADO: SATOSHI YOKOTA
Graduado em Engenharia Eletrônica pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, turma de 1964. Trabalhou no CTA – Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos, de 1965 a 1967, como Pesquisador do Departamento de Eletrônica do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento. De 1967 a 1970 foi Engenheiro da Paraense Transportes Aéreos, companhia aérea regional baseada em Belém e que operava na região amazônica. No mesmo período, foi professor de Engenharia Eletrônica da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Pará. Ingressou na EMBRAER em 1970 e atuou, sucessivamente, como Engenheiro de Sistemas Eletrônicos, Chefe da Seção de Sistemas Eletrônicos, Gerente da Divisão de Ensaios e, a partir de 1992, Gerente do Programa ERJ 145. Em 1997 foi nomeado Diretor Vice-Presidente para as áreas de Programas, Engenharia, Suprimentos e Produção, sendo responsável pelo lançamento do jato executivo Legacy e pela família dos jatos EMBRAER 170/190. Em abril de 2005 foi nomeado Diretor Vice-Presidente Executivo de Engenharia e Desenvolvimento, dando suporte ao acesso da Embraer no mercado de jatos leves, através dos modelos Phenom 100 e Phenom 300. Em janeiro de 2007 foi designado Vice-Presidente Executivo de Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Tecnológico, responsável pelo desenvolvimento tecnológico, concepção de novos produtos e pelas estratégias corporativas e políticas de meio ambiente da Embraer. Foi membro de Conselho de Administração da Embraer, da Jacto Máquinas Agrícolas e da Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos. Atualmente é membro do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Conselho de Orientação do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo e do Conselho Diretor da Fundação Casimiro Montenegro Filho. Exerce ainda a Presidência dos Conselhos do IPPLAN –Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento de São José dos Campos e da Associação Joseense para o Fomento da Arte e da Cultura.
HOMENAGEADO: ENG. JOSÉ CARLOS DE SOUSA REIS
Natural do Rio de Janeiro, foi admitido ao ITA em 1952, lá formando-se em Engenharia Aeronáutica no ano de 1957, quando ganhou uma bolsa de trabalho, então existente entre a França e o Brasil. Uma vez na França, trabalhou inicialmente alguns meses no fabricante de aviões “Louis Breguet”, em Paris, e em seguida mais alguns meses na Fábrica de aviões “Max Holste” , na cidade de Reims, nordeste da França.
Regressando ao Brasil, foi contratado pela Aeronáutica Neiva Ltda., de Botucatu, SP, para trabalhar nos aviões fabricados por ela. Mais tarde, como prêmio, a empresa lhe concedeu algumas ações, o que o transformou em sócio minoritário da companhia. Naquela época começou a projetar e construir em sua casa, nas horas vagas, um avião de asa-baixa, monomotor, de dois assentos, que mais tarde batizaria como Falcão.
Posteriormente deixou a Neiva, voltando para São José dos Campos, decidido a concluir seu avião Falcão. Pensando em reforçar o grupo com alguns sócios, convidou alguns antigos colegas do ITA para participarem daquele empreendimento, entre eles João Verdi e Guido Pessotti. Não contavam com nenhum financiador, mas Reis vendeu as ações que ainda possuía naquela empresa, conseguindo algum dinheiro para finalizar a construção do Falcão. Fundaram uma empresa, então chamada Avibras. Superando enormes dificuldades, sobretudo financeiras, aquele grupo de iteanos conseguiu finalizar o Falcão, cujo primeiro voo foi realizado pelo próprio Guido Pessoti, com pleno sucesso.
A seguir, Reis pensou em tentar um contato com o então Ministro da aeronáutica, Brigadeiro Eduardo Gomes. O objetivo era tentar vender o Falcão para a FAB, permitindo ao grupo de sócios que o construíram os recursos necessários para poder fabricá-lo em série. Depois de muitas tentativas, Eduardo Gomes concordou em receber Reis, viu todas as fotografias do avião Falcão e então decidiu adquirir o avião para a FAB. Para isso, seria necessário um voo experimental a ser realizado por um oficial graduado da FAB lotado no CTA. Quem o pilotou, com sucesso, foi o hoje Major Brigadeiro Hugo de Oliveira Piva. Àquela época, o relacionamento com os demais sócios da Avibras, já não era bom, e Reis decidiu abandonar o grupo. A seguir, foi contratado pelo CTA, onde trabalhou, por alguns meses, no Túnel Aerodinâmico do ITA.
Mais tarde Reis e outro iteano, Carlos Gonçalves, decidiram criar uma nova empresa, a Aerotec, a fim de projetar e fabricar novos aviões derivados do Falcão. Essa iniciativa prosperou. Um galpão simples foi alugado na cidade e nele iniciado o projeto do monomotor biplace Uirapuru. Em alguns meses esse objetivo foi alcançado: o Uirapuru fez seu primeiro voo com sucesso, e os testes de homologação realizados pelo CTA foram concluídos e aprovados, liberando a fabricação e venda da aeronave.
Em seguida, Reis decidiu repetir o que tinha feito com o Falcão no passado e procurou o Ministro da Aeronáutica para apresentar o novo avião, na tentativa de negociar um contrato de venda. Depois de muitas idas ao Ministério da Aeronáutica, sem sucesso, por fim o Ministro finalmente concordou.
Pediu que trouxessem imediatamente ao seu escritório o Cel. Ozires Silva, do CTA, e por fim o Ministério da Aeronáutica adquiriu um lote inicial de 20 unidades do Uirapuru, que passou imediatamente a ser fabricado. Mais tarde a FAB compraria mais exemplares, os quais foram todos empregados no treinamento básico dos novos pilotos da FAB. Depois de desativados os Zarapa, como ficaram popularmente conhecidos, foram doados a vários aeroclubes brasileiros, onde ajudaram a formar muitos pilotos civis.
Em determinado momento, porém, decidiu deixar a Aerotec, passando a trabalhar novamente no CTA, aceitando desta vez a um convite do Cel. Ozires Silva. Nessa época, o CTA havia decidido projetar um novo avião para a FAB, depois chamado Bandeirante, que justificou a fundação da Embraer. Reis é um dos pioneiros da Embraer e um dos primeiros engenheiros a trabalhar nessa nova empresa, quando o crachá de número 15.
Inicialmente ocupou o cargo de Gerente de Ferramental, responsável pelo projeto e construção de todos os dispositivos e gabaritos necessários para a produção em série do Bandeirante, e mais tarde vários outros cargos, como Gerente de Projetos, Gerente do Programa AMX, Gerente do setor de Materiais Compostos e Gerente de Produção. Deixou a empresa em 1993.
HOMENAGEADO: MÁRIO B. M. VINAGRE
Mário Vinagre é jornalista e repórter fotográfico especializado na cobertura do setor aeronáutico. Aficionado por aviação desde criança, fez suas primeiras incursões no jornalismo aeronáutico em 1970. Atuou na EMBRAER por quinze anos no atendimento à imprensa nacional e internacional especializada em aviação, inicialmente na assessoria de comunicação social e, posteriormente, na divisão de marketing, onde ocupou o cargo de assessor de imprensa.
Depois de deixar a EMBRAER, passou a atuar como freelancer, produzindo textos e fotos para diversas publicações nacionais e internacionais do segmento de aviação, tendo também feito a cobertura de feiras e exposições aeronáuticas no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos e na América do Sul, e visitado fabricantes de aeronaves e motores no Chile, Canadá, Estados Unidos e França.
Foi editor, coprodutor do livro “No céu, na terra e no mar – memórias de um piloto de provas”, do Cel Av Luiz Fernando Cabral, lançado em 2011, e autor da biografia “Guido Pessotti: mestre do design aeronáutico”, lançada em 2015, ambos em associação com a Somos Editora.
Durante sua carreira foi agraciado com treze prêmios de jornalismo aeronáutico que lhe foram concedidos pelo Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica (INCAER), do Rio de Janeiro, e pela Society of Automotive Engineers (SAE, Sociedade da Engenharia da Mobilidade), seção São Paulo.
HOMENAGEADOS: RUDNEI DIAS DA CUNHA E LEANDRO CASELLA
RUDNEI DIAS DA CUNHA
natural de Porto Alegre, 52 anos, é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com doutorado em ciência da computação pela Universidade de Kent em Canterbury, Inglaterra. Entusiasta da aviação militar, mantém desde 1996 o site “História da Força Aérea Brasileira”. É também pesquisador, fotógrafo e escritor de livros aeronáuticos. Membro honorário da Força Aérea Brasileira desde 1997 e detentor das seguintes condecorações: oficial da ordem do mérito aeronáutico, medalha mérito Santos-Dumont, Jambock honorário – distinção concedida pelo veteranos do 1° GAVCA, Pégaso honorário 09 (5° ETA) e elos de uma eterna amizade (1°/14° GAV). Recebeu dois prêmios Santos-Dumont de jornalismo aeronáutico, concedidos pelo INCAER – Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica.
LEANDRO CASELLA
Natural de Porto Alegre, 44 anos, é pesquisador, fotógrafo, jornalista e escritor aeronáutico. Trabalha na revista Força Aérea desde 1998, onde é atualmente editor. É membro honorário da Força Aérea Brasileira desde 2000 e detentor das seguintes condecorações: medalha mérito Santos-Dumont, Pégaso honorário 08 (5° ETA) e elos de uma eterna amizade (1°/14° GAV). Recebeu seis prêmios Santos-Dumont de jornalismo aeronáutico, concedidos pelo INCAER – Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica.
Os autores possuem diversos trabalhos e artigos publicados, com destaque para os livros:
- “já te atendo tchê! – a história do 1°/14° GAV” de 2005);
- “NORTHROP F-5 no Brasil” de 2011);
- “CURTISS P-40 no Brasil ” de 2014);
- “GRUMMAN S-2 no Brasil” de 2016).